sexta-feira, dezembro 28, 2007

O meu Natal

Este ano o meu Natal foi diferente, estar casada tem destas coisas, e não fui como é hábito à minha avó no dia de Natal.
Como também não estive com a minha mãe, acabei por deitar umas lagrimazitas daquelas que só fazem bem quando me despedi no dia 24 naquele que intitulamos ser o nosso almoço de Natal, com direito a troca de prendas e tudo. Não me coibi de deitar essas lágrimas porque assim mami sentiu que realmente eu estava triste por não estar com ela numa noite e dias tão importantes. De certeza que no fundo ficou contente por eu estar a chorar por ver que eu sinto a sua falta.
Na noite de Natal também estive com a minha irmã e com a filha dela, portanto, sempre me senti mais quentinha.

Por falar na mana, a M. e o F. andam a tentar descobrir o meu blog, não sei porque têm tanta curiosidade. Até acho piada mas não gostaria que descobrissem, de modo que eu consiga continuar a ser autêntica que é o meu desejo neste espaço.
Mas a M conhece-me tão bem que quando disse palavras chave que colocaria para tentar descobrir disse "vida" e "palavras" entre outras o que achei imensa piada.
Até disseram que íam fazer uma sociedade para tentar descobrir o blog. Fico muito feliz que sejam tão amigos e se deêm tão bem. Espero que seja sempre assim.

Voltando ao Natal, gosto da familia do F, são bastante diferentes de nós, porque mesmo no seio familiar mais próximo são bastante low profile, não grandes abraços, nem cantorias, nem grandes festas. Confesso que gosto desta vertente da nossa familia. Gosto muito do afecto e de dar fortes abraços a quem me apetecer.
Gosto imenso de quando estou com as minhas avós lhes fazer festinhas e ficar ali um bocadinho a dar-lhes o meu miminho. São tão queridas. Bem sei que com os filhos às vezes são um pouco chatinhas porque se queixam disto e daquilo, mas também têm que falar sobre alguma coisa.
A parte boa é que a minha avó com quem eu não estive (paterna) faz anos dia 4 e dia 5é a festa, junta-se ainda mais familia que no natal porque os meus primos casados dividem-se no natal e nos anos da minhas avó está mesmo toda a gente, todos temos muito respeito por ela. No ano passado fez 80 anos e até veio a minha tia e primos que estão na Alemanha para ninguém faltar à grande festa.

No dia 23, foi dia de voluntariado, ao final da tarde de domingo, é o meu turno. Confesso que das últimas vezes penso um pouquito mais em tudo o que vejo. No domingo estive com uma menina de 17 meses que está no IPO desde maio, e neste momento está a aguardar uma transplante de medula visto que tem leucemia. Ainda não anda, atraso provavelmente devido ao seu problema, mas uma menina muito perspicaz. Estava no isolamento há 3 semanas. Fez-me pensar no que se transformou a vida daqueles pais, um deles deve ter deixado de trabalhar um terá tirado uma licença sem vencimento se tiver um emprego que lhe permita. Como não fazemos esse tipo de perguntas, apenas são suposições da minha parte.
Pensar por exemplo que a menina estava no isolamento há 3 semanas, aí os pais têm que estar com um fato protector para não lhe transmitirem micróbios, etc e o fato é super incómodo. Para além de estarem fechados num quarto durante dias a fio. Deve ser desesperante, pelo menos naquele caso há a esperança do transplante, mas há casos em que a esperança deve ser minima e os pais apenas estão ali até ver os seus filhos morrerem.
Umas das coisas que conclui desse dia é que vou seguramente, quando tiver filhos, querer preservar as células do cordão umbilical, prefiro abdicar seja do que for, mas ter essa segurança em caso de necessidade. E rezar para que nunca sejam precisas. Que será o maior sinal que serão saudáveis.
Na terça antes do Natal nasceu a minha terceira sobrinha, a S, muito fofa, tem mesmo cara de menina. Ao contrário dos meus outros dois sobrinhos, no dia em que nasceu tinha logo uma aparência fantástica. Confesso que pela primeira vez tive aquela sensação, "era giro ter um biblo destes lá em casa". Os meus outros sobrinhos têm 3 anos e 3 e meio, quando eles nasceram eu achava que estava a anos luz de tal coisa.
Olhava para essa realidade como tão distante, e agora passados apenas 3 anos é engraçado como a minha sensação foi completamente diferente.
Para mim foi uma revelação de mim mesma, só espero que o F se comece também a sintonizar no mesmo botão que eu para um dia do próximo ano começarmos a falar sobre esse assunto.
Para fevereiro ou março vou fazer novo papanicolau, aí vou saber se está tudo ok, se estiver e não existirem sinais de células pré-cancerigenas penso que podemos ponderar a hipótese de começar a tentar. Tenho que falar muito bem com a médica sobre o assunto.

Tenho muito mais para dizer mas como tenho jantar em casa dos meus queridos sogrinhos, fica para outro dia.

Beijinhos, bom fim-de-semana.
Se não voltar a escrever, desejo desde já um óptimo 2008.

S.R

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Falamos e fizemos!